A menopausa é um estágio natural e inevitável na vida de uma mulher, marcando o fim da sua capacidade reprodutiva. 

Este período de transição hormonal, que geralmente ocorre entre os 45 e 55 anos de idade, é caracterizado por uma série de mudanças físicas, emocionais e hormonais que podem impactar significativamente a qualidade de vida da mulher. 

É crucial compreender os sintomas, as manifestações clínicas e os impactos da menopausa, a fim de oferecer um cuidado adequado e suporte às mulheres que estão passando por essa fase de transição. 

Além disso, a educação sobre a menopausa é essencial para desmistificar conceitos errôneos e promover uma compreensão mais abrangente e empática sobre essa fase natural da vida feminina.

O que é menopausa

A menopausa natural é o termo utilizado para descrever a interrupção permanente dos períodos menstruais, confirmada retroativamente após 12 meses consecutivos de amenorreia (ausência de menstruação), sem qualquer causa óbvia de natureza patológica ou fisiológica. 

Esse evento ocorre, em média, por volta dos 52 anos e representa a redução completa, ou quase completa, dos folículos ovarianos, levando à diminuição dos níveis de estrogênio e ao aumento do hormônio folículo-estimulante (FSH).

A transição para a menopausa ocorre após os anos de idade fértil, mas antes da menopausa propriamente dita, caracterizando-se por ciclos menstruais irregulares, alterações hormonais e sintomas como ondas de calor. 

Quais são os primeiros sinais da menopausa

O sintoma mais marcante da transição para a menopausa (perimenopausa) e nos primeiros anos após a menopausa é o famoso fogacho (ondas de calor). 

As ondas de calor geralmente duram de 30 segundos a cinco minutos e podem ser seguidas por calafrios. Geralmente começam antes da interrupção completa das menstruações. 

As causas exatas das ondas de calor são desconhecidas, mas podem estar relacionadas à regulação do termostato cerebral, o hipotálamo, responsável pelo controle da temperatura corporal.

A irregularidade menstrual frequentemente marca o início da perimenopausa. As menstruações podem se tornar mais frequentes inicialmente, para depois se espaçarem, mas não há um padrão definido. 

Podem ocorrer menstruações curtas ou longas, com fluxo mais leve ou mais intenso. Em alguns casos, pode haver meses sem menstruação, seguidos por um retorno à regularidade. 

Outros sintomas podem surgir durante a perimenopausa devido às mudanças nos níveis hormonais, incluindo dor nos seios, mau humor, agravamento de enxaquecas associadas ao ciclo menstrual, e sintomas emocionais como depressão, irritabilidade, ansiedade, nervosismo e insônia. 

É importante notar que esses sintomas não estão diretamente relacionados à diminuição dos níveis de estrogênio associados à menopausa. Fatores como envelhecimento e outros distúrbios também podem contribuir para esses sintomas.

Os suores noturnos, que podem interromper o sono, podem levar a fadiga, irritabilidade, dificuldade de concentração e alterações de humor. Em alguns casos, esses sintomas podem estar indiretamente ligados à menopausa devido aos suores noturnos. 

O que a menopausa causa no corpo

Durante a transição para a menopausa, ocorre uma perda acelerada de densidade mineral óssea, aumentando o risco de osteoporose e tornando os ossos mais suscetíveis a fraturas.

Além disso, o risco de doenças cardiovasculares aumenta após a menopausa, em parte devido à deficiência de estrogênio. Mudanças nos perfis lipídicos, como aumento do colesterol LDL, contribuem para esse aumento de risco. 

A deficiência de estrogênio pós-menopausa também pode contribuir para o desenvolvimento de osteoartrite, embora os dados sobre essa associação sejam limitados. 

Nos primeiros anos após a menopausa, mulheres que não fazem terapia de estrogênio geralmente ganham massa gorda e perdem massa magra, sendo que a terapia hormonal pode estar associada a uma diminuição na distribuição central de gordura.

Além disso, a deficiência de estrogênio pode levar à redução de colágeno na pele, contribuindo para o envelhecimento e o surgimento de rugas. Alguns estudos sugerem que a terapia de estrogênio pode minimizar essas alterações. 

A deficiência de estrogênio também pode afetar o equilíbrio em mulheres pós-menopáusicas, sendo um possível fator contribuinte para a incidência de quedas e fraturas.

Como funciona o tratamento da Menopausa

Embora os sintomas da menopausa possam parecer assustadores inicialmente, é importante notar que, na maioria dos casos, não persistem por muito tempo. 

Muitas vezes, fazem parte de uma fase de transição do organismo e tendem a melhorar ao longo dos meses.

Aqui estão algumas práticas que podem contribuir para o alívio dos sintomas:

Terapia hormonal na menopausa 

A terapia hormonal na menopausa (THM) é um termo abrangente que engloba o uso de estrogênio isolado ou combinado a progesterona. 

Algumas vezes, é utilizado o termo “terapia hormonal” (TH) em vez de THM, e antigamente, era chamado de “terapia de reposição hormonal” (TRH). 

O principal propósito da THM é aliviar os sintomas das ondas de calor. Além disso, outros sintomas associados à perimenopausa e menopausa, como distúrbios do sono, alterações de humor/depressão e, em alguns casos, dores e desconfortos articulares, também respondem ao estrogênio. 

Mulheres em tratamento para sintomas específicos da menopausa, como ondas de calor, necessitam de estrogênio sistêmico. 

Por outro lado, aquelas em tratamento apenas para a síndrome geniturinária da menopausa (SGM) devem receber estrogênio vaginal em baixa dose, em vez de estrogênio sistêmico. 

Medidas gerais

No tratamento da menopausa, adotar medidas gerais é crucial para promover o bem-estar físico e emocional durante essa fase de transição. 

Controlar a ansiedade pode ser alcançado por meio de práticas como yoga, pilates e meditação, além da consideração da psicoterapia para uma compreensão mais profunda desse período de mudanças. 

É importante reservar tempo diário para atividades prazerosas, contribuindo para a redução do estresse diário.

A hidratação adequada não deve ser negligenciada, visto que durante a menopausa, o ressecamento da pele é comum, tornando a ingestão regular de água essencial para a saúde geral. 

A prática regular de atividades físicas, como caminhada, dança ou natação, não só auxilia no controle de peso, mas também promove o equilíbrio hormonal e melhora a qualidade do sono. 

Organizar o sono é crucial, com uma rotina consistente e a evitação de eletrônicos antes de dormir, contribuindo para uma boa noite de sono.

Medicamentos

Existem algumas classes de medicamentos que podem ser usados para amenizar os sintomas da menopausa. 

Os antidepressivos, como a Paroxetina, em dose baixa podem ser uma opção para combater os fogachos, ansiedade, depressão, para aquelas que não podem usar a terapia hormonal na menopausa.

Embora os anticonvulsivantes sejam comumente prescritos para tratar convulsões ou epilepsia, eles também podem ser recomendados para mitigar as ondas de calor associadas à menopausa. 

Entre os anticonvulsivantes, destaca-se a gabapentina como a principal opção indicada para aliviar esses sintomas durante a menopausa.

Várias plantas e seus extratos são promovidos por suas propriedades potenciais para lidar com desconfortos associados a essa fase da vida. 

Um dos fitoterápicos mais conhecidos para a menopausa é a erva-cidreira, que tem sido associada à redução da intensidade das ondas de calor e a sintomas de ansiedade. 

Outra alternativa de fitoterápico inclui a tintura de amora, que contém isoflavona, uma substância associada ao alívio das ondas de calor durante a menopausa.

O que acontece se não tratar a menopausa?

Geralmente, as mulheres sintomáticas chegam ao médico mais rápido, por conta dos sintomas incomodam e são tratadas da maneira correta. Entretanto, aquelas que não sentem nada são mais difíceis de buscar atendimento, mas também necessitam.

Mais acima já foram citadas as consequências da menopausa no corpo. Caso o tratamento não inicie, essas A menopausa, quando não tratada, pode resultar em diversas complicações que afetam a qualidade de vida e a saúde geral da mulher. 

As consequências não tratadas da menopausa incluem desde a osteoporose, até problemas cardiovasculares, ambos silenciosos, mas que podem comprometer o futuro da mulher.

Cada mulher vivencia essa fase de forma única, e buscar orientação médica pode ser fundamental para mitigar esses impactos e promover uma transição mais saudável para essa etapa da vida.

Esse texto foi construtivo para você? A menopausa é algo inevitável e ué deve ser conhecido por todas as pessoas, incluindo homens, para saber como lidar com as mulheres da sua vida.